quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



 Chegada

Por vezes a vida é feita de chegadas e partidas

Em cada chegada existe um sorriso

Numa partida lágrimas erguidas

Emoções num momento preciso!



Na chegada renasce a alegria

Enche o peito de vida

Enche a vida de energia

Da esperança de vida vivida.



Ergue a cabeça ao pobre

Acalma a raiva na brusquidão

Serena chegada da vida cobre

A felicidade da emoção



Vive-se alegre raiando, andando

Vive-se marchando em frente

Vive-se feliz cantando

Por uma chegada, vive-se sempre contente.



Mas a vida é feita de chegadas e partidas

Em cada chegada existe um sorriso

Numa partida lágrimas erguidas

Emoções num momento preciso!



Na partida existe o desejo

Do não sofrimento

Daquele momento um ensejo

De que não nos corroa por dentro.



A tristeza do fim

Um recomeço por iniciar

O esforço do que se deu, enfim

Que acaba por abalar



A lágrima corre de dor

Um sorriso desmando

Um Adeus, dito de cor

Um coração arrancado



Mas entre a chegada e uma partida

Existe uma esperança, uma vivência

Um vida ainda não vivida

No espaço, esta vida sua existência!


A vida é feita de chegadas e partidas

Em cada chegada existe um sorriso

Numa partida lágrimas erguidas

Emoções num momento preciso!


 Fruta Do Pecado

Ingénua, oferece-me a maçã,
Símbolo do desejo, da indecência,
Induz-me a pecar, à desobediência,
A destruir a inocência .

Fruto proibido, assim diz á historia,
contada aos quatro ventos...
inferno, ao  paraíso...
Assim me foi contado, dês  de criança, eu já sabia...
O doce  sabor do pecado...

Delma Guimaraes
autora 

Construí

uma arvore de nuvens .
Imaginei as muitas, árvores que, passaram por mim!
Verdes cor da esperança, nesse imenso mundo.
As folhas cai, os rios faz sua parte.....

Temos que pensar nos que ainda virão
No ciclo da vida muitos vão embora
Porém outros tantos chegam toda hora
E assim como nós também têm direito...
A um mundo saudável e bem preservado....

O mundo é belo, perfeito,
So não ve, quem não tem alma...
Quem não tem amor......

Delma Guimaraes
autora

 Boca Vermelha
que a tua língua solta num grito cor- de sangue
e a minha voz que suave encanta
e os meus dentes mordem derramando a seiva
do teu primeiro beijo, em suave desejo.
o poema inquieto e livre que a tua boca oferece
à minha boca.

Matando a minha sede.
Viajo ate o infinito.
A procura deste, lábios vermelhos....
Delma Guimaraes
autora

terça-feira, 29 de dezembro de 2015


Chega de Saudade

Vinícius de Moraes

Vai, minha tristeza, e diz a ela Que sem ela não pode ser Diz-lhe, numa prece, que ela regresse Porque eu não posso mais sofrer Chega de saudade, a realidade é que sem ela Não há paz, não há beleza É só tristeza e a melancolia Que não sai de mim, não sai de mim, não sai Mas, se ela voltar, se ela voltar Que coisa linda, que coisa louca Pois há menos peixinhos a nadar no mar Do que os beijinhos que eu darei na sua boca Dentro dos meus braços Os abraços hão de ser milhões de abraços Apertado assim, colado assim, calado assim Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim Não quero mais esse negócio de você viver assim Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
 
Pensamento

As vezes ouço as batidas, do meu coração.
E danço como se , ouvisse a musica ..
Liberto a energia que , esta em mim.
Ai tudo fica mais divertido

Delma Guimaraes
autora

 Liberdade

Me sinto tão livre ...
Que nem olho , para traz para ver, quem
me olha com, outros olhos.
Ser livre não é para  qualquer  um !
Se jogue se atreva.
Seja  feliz
Delma Guimaraes
autora








Pensamento

As vezes  ,as pessoas me vê e , pensa oque ela é!
Eu respondo sou , aquela que vive .
e pensa , que sonha , que luta , que vive a minha vida.
E não paro , para viver a vida dos outros.
E ´assim , sou  feliz .
E as pessoas que vivem , a vida dos outros, não tem tempo
de viver a propria vida.....
  Delma Guimaraes
autora
OLHAR MARCANTE


QUANDO TE VI
ME ENVOLVI COMPLETAMENTE
DIANTE DO TEU OLHAR
SENTI ALGO DIFERENTE

NA PROFUNDEZA DO TEU OLHAR
EU ME PERDI...
SENSIBILIDADE E SEDUÇÃO
UMA BELEZA QUE EU NUNCA VI

EU TENTAVA DISFARÇAR
AS MÃOS TREMIAM
A VOZ FICOU PRESA
E AS IDÉIAS SE CONFUNDIAM

TEU OLHAR FICOU EM MIM
NA MINHA MENTE ESTÁ GRAVADO
INESQUECÍVEL E ABSOLUTO
NO MEU CORAÇÃO FOI TATUADO

OLHAR MARCANTE
QUENTE E DOMINADOR
INVADIU A MINHA ALMA
E ME ACORDOU PARA O AMOR.
          
 
Solidão

Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade
um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada
Boa tarde amigos
Delma Guimaraes
A Tarde
por: Castro Alves


Era a hora em que a tarde se debruça
L da crista das serras mais remotas...
E d'araponga o canto, que soluça,
Acorda os ecos nas sombrias grotas;
Quando sobre a lagoa, que embuça,
Passa o bando selvagem das gaivotas...
E a onça sobre as lapas salta urrando,
Da cordilheira os visos abalando.

Era a hora em que os cardos rumorejam
Como um abrir de bocas inspiradas,
E os angicos as comas espanejam
Pelos dedos das auras perfumadas...
A hora em que as gardênias, que se beijam,
São tímidas, medrosas desposadas;
E a pedra... A flor... As selvas... Os condores
Gaguejam... Falam... Cantam seus amores!

Hora meiga da Tarde! Como és bela
Quando surges do azul da zona ardente!
... Tu és do céu a pálida donzela,
Que se banha nas termas do oriente...
Quando  gota do banho cada estrela.
Que te rola da espádua refulgente...
E, - prendendo-te a trança a meia lua,
Te enrolas em neblinas seminua!...

Eu amo-te,  mimosa do infinito!
Tu me lembras o tempo em que era infante.
Inda adora-te o peito do precinto
No meio do martírio excruciante;
E, se não te d mais da infância o grito
Que menino elevava-te arrogante,
 que agora os martírios foram tantos,
Que mesmo para o riso s tem prantos!...

Mas não m'esqueço nunca dos fraguedos
Onde infante selvagem me guiavas,
E os ninhos do sofrer que entre os silvedos
Da embaíba nos ramos me apontavas;
Nem, mais tarde, dos lânguidos segredos
De amor do nenufar que enamoravas...
E as tranças mulheris da granadilha!...
E os abraços fogosos da baunilha!...

E te amei tanto  cheia de harmonias
A murmurar os cantos da serrana, 
A lustrar o broquei das serranias,
A doirar dos rendeiros a cabana...
E te amei tanto   flor das águas frias
Da lagoa agitando a verde cana,
Que sonhava morrer entre os palmares,
Fitando o céu ao tom dos teus cantares!...

Mas hoje, da procela aos estridores,
Sublime, desgrenhada sobre o monte,
Eu quisera fitar-te entre os condores
Das nuvens arruivadas do horizonte...
... Para então,  do relâmpago livres,
Que descobrem do espaço a larga fronte, 
Contemplando o infinito..., na floresta
Rolar ao som da funeral orquestra!
          

sábado, 26 de dezembro de 2015

Os meus versos

 


Rasga esses versos que eu te fiz, Amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!

Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...

Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...

Rasgas os meus versos...  Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...

Florbela Espanca

Amar!


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar!  Amar!  E não amar ninguém!

Recordar?  Esquecer?  Indiferente!...
Prender ou desprender?  É mal?  É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015








Feliz natal







Queridos amigos Poetas um feliz natal e prospero ano novo. Espero continuar a contribuir para cultura e que , nossa poesia possa, acalentar corações em todo mundo, levando amor e amizade obrigado a todos grande beijo.
Delma Guimaraes
autora

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Quantas vezes...

Quantas vezes...
Quantas vezes pedi para ficares
Não voltares as costas ao nosso amor
Foram palavras sentidas
Sentimento cheio de dor
Com a alma derramada pelo rosto
O coração já vazio de sorrisos
Jazia no rio do desgosto
Quantas vezes, cedi aos teus caprichos
Birras, ciumes, noites sem fim
Para perceber que afinal
Querias estar sem mim…
Quantas horas vividas no silêncio
Com a solidão como companhia
Quando já estavas de partida
Apenas não percebia
Quantas vezes chorei sozinha
Sem saber onde tinha errado
Hoje apenas te quero esquecer
Colocar-te bem longe, no meu passado.
Quantas vezes te perdi
Sem saber que me perdia
Hoje estou melhor sem ti
A minha vida já não é vazia!
Os sorrisos vou reencontrando,
Procurando na natureza
No som dos pássaros chilreando
Em tudo vejo beleza!
Reencontrei-me… Voltei
Mas forte do que antes
E no futuro apenas vou dizer
Que de ti, só tenho
Memórias distantes!

Deixa-me amar-te!

Deixa-me amar-te!
Deixa-me amar-te

Deixa amar-te, trago o coração cheio
Deste amor que traz sabor a passado
Amar-te assim, sem nada de permeio
Amar-te somente, sem hora, nem pecado.

Cegam meus olhos na garganta dá-se nó
Porque é Amor isto que a gente sente!?
Não amedrontes, não queiras deixar-me só
Não ensombres meu coração ou que fragmente.

Basta havermos sentido, não digas só ilusão
Ou que é simplesmente resto duma aventura
Diz-me que o que sentes, te vem do coração.

Constrange-me o que dizes, sou eu que padeço
Negação transforma-me a vida em noite escura
Escorregadio o chão que piso, e não mereço.

Hoje, no presente estas de corpo e alma...

Hoje, no presente estas de corpo e alma...
Em um voo rasante, percorro seu corpo ardente,
Me vejo junto ao seus pés, louca para te amar,
Parte de mim te deseja, parte anseia seus beijos,
Vicio-me em seus abraços...
Sacia-me com seus afagos...
No peito bate meu respiro por amar te sempre...sempre.
Te busco nos meus sonhos...te encontro no meu destino.
Para amar com sedução ate o fim dos meus dias.
Te vejo no meu futuro, pois no meu passado você esteve la,
Hoje no presente, estas de corpo e alma.
Te amo...te amo...te amo.

Desfolhada

Desfolhada
Na desfolhada da vida,
Parto-me em duas e fico dividida,
Altero-me, modifico-me e fico no meu meio,
Sem um trautear, sem andar em rodeio.

Na desfolhada da vida,
Fui amada e maltratada, mas também fui querida,
Abandonei uma das minhas almas,
Caminhei para margens mais calmas.

Na desfolhada da vida,
Olhei para mim de frente, espelhei-me torcida,
Uma face aparecida era demente,
A outra tinha um entendimento permanente.

Na desfolhada da vida,
Fui esventrada e enfraquecida,
Morta pela consciência,
Separei a minha essência.

Na desfolhada da vida,
Tu que lês foste homicida,
Não de mim mas de outra causa perdida,
Pois preferiste a saída fácil, arrependida.

Só o corpo...

Só o corpo...
Neste corpo que já não habito,
Que outros usam como se fosse o limbo,
Vivo como ar apenas me limito,
A observar, a enquadrar,
Pobres espíritos deixo entrar,
Para que me possa libertar,
A minha alma se espalhar… para outro lugar.

Neste corpo que empresto,
Que não falo, apenas observo,
Sou apenas mais uma que faz parte do manifesto,
Que na escravidão da vida me arrasto e conservo,
Para evidenciar, aclamar o meu resto…
Não tenho palavras, só almas… Um gesto!

Neste corpo vendido,
Dei o que sobrou de mim ao Carrasco,
Por caminho errados deixei o espírito perdido,
Não ouve um dia que fosse colorido,
Atirei-me dentro de mim para um penhasco,
Vendi o meu espírito por sentir tanto asco…

Neste corpo outrora meu,
Tudo o que escrevo apareceu,
Contado por outros que me recordaram,
O que vivenciaram, que sentimentos já passaram,
Pois nada disto aqui sou eu,
Apenas passei por mim e apanhei o que se perdeu…

Mas neste corpo em que vivi,
Um dia eu te vi e te conheci,
Mas ao falares e ao leres o que escrevi,
Lembra-te que não sou eu que estou para aqui!
Marlene ( Ghost)
MAIS UM DIA MORREU
Metade da Alma!

Segue minha alma sozinha
Cansada de mais um dia
Estranha esta vida minha
Ora feliz, ou feita de melancolia.
A tarde caiu!
È noite fria, escuridão cerrada.
Chora a saudade,
Que em mim sentiu
Hoje ser lembrança pouco amada.

Escondem-se as estrelas
Também elas sentidas
Choro eu e choram elas
Lágrimas pelas nossas vidas.

Meu coração está em pranto
Saudoso de claridade
Seu desespero é tanto?!
Que já nem cabe nele a saudade.
Triste anda a Natureza
Tão cansada quanto eu!
Andam nuvens desesperadas no céu
Em mim por perto a tristeza.

Porquê? Porquê tanto desespero!?
Nesta noite a horas mortas,
A escuridão me traz o frio
Já à saudade fechei portas.
Deixei seu lugar vazio.

Já não sei o que quero
Nem tão pouco o que não quero.
Agora já só espero
Vencer da vida as revezes
Sorrir-lhe, ainda que em segredo.
Mas sorrir-lhe muitas vezes.

O recomeço é a força de viver.
Enfrentarei o amanhã se vier!

Cansei do escurecer.
Encontro o repouso me deito.
Se ao repousar morrer?!
Será um morrer perfeito.

rosafogo
BASTA SABER-ME VIVA

Meu coração é uma gaiola dourada
Nela se solta o Amor e a Amizade
Branca, como o branco desta folha intocada...
Nela um pássaro vai cheirando saudade.
Hoje lhe abri as portas
E a felicidade andou pertinho
E as lembranças já mortas?!
Fui deixando pelo caminho.
Mas na verdade me doeu
E na garganta um nó ficou
Nas lembranças ,também habitava eu
Se por lá fiquei, agora quem sou?

Apago-me como flor sem sol, tanta vida lá atrás
Já pouca coisa resta, o silêncio sobre mim se deita
Nesta descida entre a saudade e o frio, tanto faz!
Mastigo incertezas, já que a Vida não é perfeita.
Deixo-me a pensar com meus botões
Enquanto cai uma chuva enfadonha
Basta saber-me viva de ilusões
Minha alma malferida, ainda assim, sonha
Insistem a dor em meu coração
E há largueza por onde entra a claridade
Mas quando já não restar emoção?!
Serei como raiz sem apego, sem lugar
Morrerei de saudade...
Levada pelo tempo, deixando-me por ele apanhar.

 Delma Guimaraes Spinetti
.

domingo, 6 de dezembro de 2015

O Ramo Roubado



             
Pela noite entraremos para roubar
Um ramo florido.
Ainda não se foi o inverno,
E a macieira aparece
Convertida, de súbito,
Em cascata de estrelas perfumadas.
Pela noite entraremos
Até chegar ao firmamento trêmulo,
E tuas mãos pequenas como as minhas
Roubarão as estrelas.
E sigilosamente
À nossa casa,
Pela noite e na sombra,
Entrará com teus passos
O silencioso passo do perfume
E com pés entrelaçados
O corpo claro desta primavera.
Pablo Neruda



  Poema Concreto
              

O que tu tens e queres saber (porque te dói), não tem nome.
Só tem (mas vazio) o lugar que abriu em tua vida a sua própria falta.
 
A dor que te dói pelo avesso, perdida nos teus escuros,
É como alguém que come não o pão, mas a fome,
Sofres de não saber o que tens e falta
Num lugar que nem sabes,
Mas que é na tua vida
Quem sabe é em teu amor.
O que tu tens, não tens. 
Thiago de Melo
 
Me perguntaram por onde , tenho andado ?
Sempre respondo, em algum lugar chamado mundo !!
bom dia amigos
Delma Guimaraes...
autora

sábado, 5 de dezembro de 2015

Por meu Olhar



 Olho para o espelho e examino os defeitos e as perfeiçoes , a boca, meu olhar .
E ao mesmo tempo, linda e  e miserável,  faço versos?
Ah, não, sei porque ínsisto ... Em ver o mundo, mais bonito e feliz!
Afinal, para que pensar?
Viver e não saber que se vive.
Procurar o sentido da vida, sem mesmo saber se tem sentido, como dizem , é coisa de poetas e.
  E só pode viver uma unica vez!
Somos  detalha listas  e criamos  novas regras, em favor, de um mundo melhor.
 Colorindo o mundo, damos  cores, para  os seres humanos,  ficar mais divertidos. 
Procuro, viver e viver, de maneira, mais linda , perfeita e bonita !
ilusão a minha, somos só , uma peça em, um jogo chamado vida e morte...
mas dizem que até na morte á beleza.
Então sorrio para vida ,e espero somente, continuar.
Vivendo...
Delma Guimaraes
autora

Amar Intensamente

De que vale no mundo ser-se inteligente, ser-se artista, ser-se alguém, quando a felicidade é tão simples! Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais. Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe. A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem.

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"
Only
  I pity the Moon!
  So sorry, poor thing,

While not as white in the street
  The see cry alone! ...
  Roses in malls,
  And the snow color lilacs
  Confide light
  And remember gasp of silks
  Only the sad, poor thing ...
  So sad on my street
  There walks to cry alone ...
  I come then to the window:
  And I'm looking at the moon ...
  And I'm crying with her! ...


Florbela Espanca