quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ninguém me Venha Dar Vida Ninguém

Ninguém me Venha Dar VidaNinguém me venha dar vida, 
que estou morrendo de amor, 
que estou feliz de morrer, 
que não tenho mal nem dor, 
que estou de sonho ferida, 
que não me quero curar, 
que estou deixando de ser 
e não me quero encontrar, 
que estou dentro de um navio 
que sei que vai naufragar, 
já não falo e ainda sorrio, 
porque está perto de mim 
o dono verde do mar 
que busquei desde o começo, 
e estava apenas no fim. 

Corações, por que chorais? 
Preparai meu arremesso 
para as algas e os corais. 

Fim ditoso, hora feliz: 
guardai meu amor sem preço, 
que só quis a quem não quis. 

Cecília Meireles
Ninguém me venha dar vida, 
que estou morrendo de amor, 
que estou feliz de morrer, 
que não tenho mal nem dor, 
que estou de sonho ferida, 
que não me quero curar, 
que estou deixando de ser 
e não me quero encontrar, 
que estou dentro de um navio 
que sei que vai naufragar, 
já não falo e ainda sorrio, 
porque está perto de mim 
o dono verde do mar 
que busquei desde o começo, 
e estava apenas no fim. 

Corações, por que chorais? 
Preparai meu arremesso 
para as algas e os corais. 

Fim ditoso, hora feliz: 
guardai meu amor sem preço, 
que só quis a quem não quis. 

Cecília Meireles

Retrato de Mulher Triste

Retrato de Mulher TristeVestiu-se para um baile que não há. 
Sentou-se com suas últimas jóias. 
E olha para o lado, imóvel. 

Está vendo os salões que se acabaram, 
embala-se em valsas que não dançou, 
levemente sorri para um homem. 
O homem que não existiu. 

Se alguém lhe disser que sonha, 
levantará com desdém o arco das sobrancelhas, 
Pois jamais se viveu com tanta plenitude. 

Mas para falar de sua vida 
tem de abaixar as quase infantis pestanas, 
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas. 

A Velhice Pede Desculpas

A Velhice Pede DesculpasTão velho estou como árvore no inverno, 
vulcão sufocado, pássaro sonolento. 
Tão velho estou, de pálpebras baixas, 
acostumado apenas ao som das músicas, 
à forma das letras. 

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético 
dos provisórios dias do mundo: 
Mas há um sol eterno, eterno e brando 
e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir. 

Desculpai-me esta face, que se fez resignada: 
já não é a minha, mas a do tempo, 
com seus muitos episódios. 

Desculpai-me não ser bem eu: 
mas um fantasma de tudo. 
Recebereis em mim muitos mil anos, é certo, 
com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras. 

Desculpai-me viver ainda: 
que os destroços, mesmo os da maior glória, 
são na verdade só destroços, destroços. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Outro Ser

A vida passa com nuvens de tristeza,
espinhos dilaceram o lírio que brotou!
O grito passa batido,
ninguém percebe o eco que ficou!
Tem momentos que a hora é de ausculta
ao coração do outro ser...
Ouvidos abertos, interlocutor apressado!
Interrompa o monólogo egoísta,
o diálogo desbotado
e ouça... ouça a voz do seu irmão!
Um coração tímido e aflito
aguarda toda atenção.
Mais ouvido que garganta
e a dor deixará de ser eterna
e a energia que se espraiará
será de paz e amor!

Só sei sentir

A sua voz me acalma
Os seus olhos me encantam
Seu sorriso alegra minh'alma
Suas mãos me levantam;
Não sei o que eu faço
Para ter você por perto
Se o que sinto não disfarço
E estou de coração aberto;
Longe de você sinto um vazio
Os dias passam e a saudade resiste
Ouço uma musica e me silencio
A sua ausência me deixa triste;
Talvez eu não saiba falar
O que seu coração quer ouvir
Mas de você aprendi a gostar
De um jeito que só sei sentir.

Devolva minha vida

Devolva minha vida

Dói quando o amor se vai,
Doeu, ver você me deixar.
E essa dor, não para, não sai...
Você não sabe o que é amar.

Como foi que não vi?
Como, eu não percebi!
Você me deixou aqui...
Com os castelos que construí.

Se o amor cega,
Juro que não vi!
Meu coração se nega,
Viver longe de ti.

Devolva minha vida, que a tua partida leva,
Ou saiba que morri, na saudade que apedreja.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

MEU OUTONO!!!

MEU OUTONO!!!

mundo era o ar que eu esperava... 
Não tinha nada...
Vaguei perambulei e clamei...
E nele tudo estava vazio...
Morto e mudo caído abandonado...
Tudo era alheio...
Tudo era dos outros e de ninguém...
Até que um dia em tua beleza...
E em tua pobreza nasceu o outono...
Com lindas manhãs e belos entardecer... 
Mas tudo ainda era triste...
As folhas caiam... Flor não tinha...
E num bosque perdida me achei...
Tudo era vazio escuro e sedenta eu estava...
Vagando e pensando no homem na vida atual...
Tanta dor... Tanto desprezo em lares...
Famílias amores e amigos...
Drrepente ouvi o sussurrar dos ventos...
Trazendo com ele a chuva fina...
Pra minha sede matar...
Molhar a terra e assim eu posso dizer:
Que o OUTONO é o declínio da vida...
Talvez um momento de planejar...
Rever nossos conceitos procurar em nós o amor...
Onde o perdemos...
Onde ficou o companheirismo...
Buscar tudo em nós...

O LUAR!!!

Olho pro céu...
E vejo você...
Hó lua de todos os amantes...

Teu luar é tão belo...
Que me ponho a imaginar...
Como é bom amar...

Lua amiga dos poetas...
E dos apaixonados...
Que nada me diz...
Mas que me faz companhia...
E me deixa sonhar...

Sonhar com você...
É poder te amar...
Como em uma aquarela...
De sonhos reais...

Assim somos nós...
Eu e você no doce...
Balanço do mar...
Com a lua a nos testemunhar...

TU!! Tu meu anjo real... Meu anjo intocável... Meu horizonte... Minha fonte de energia... Por onde andarás... Tu! Meu anjo... Meu movimento... Meu encantamento... Meu poema de amor... Por onde andarás... Tu! Meu anjo... Minha alfazema... Minha canção... Minha oração... De agradecimento... Já te encontrei!.. E o que sou basta a ti julgar-me...

TU!!

Tu meu anjo real...
Meu anjo intocável...
Meu horizonte...
Minha fonte de energia...
Por onde andarás...
Tu! Meu anjo...
Meu movimento...
Meu encantamento...
Meu poema de amor...
Por onde andarás...
Tu! Meu anjo...
Minha alfazema...
Minha canção...
Minha oração...
De agradecimento...
Já te encontrei!..
E o que sou basta a ti julgar-me...

Tu meu anjo real...
Meu anjo intocável...
Meu horizonte...
Minha fonte de energia...
Por onde andarás...
Tu! Meu anjo...
Meu movimento...
Meu encantamento...
Meu poema de amor...
Por onde andarás...
Tu! Meu anjo...
Minha alfazema...
Minha canção...
Minha oração...
De agradecimento...
Já te encontrei!..
E o que sou basta a ti julgar-me...

A POETA!!!

A POETA!!!

poeta olha...
O infinito...
A Lua as Estrelas...
E sonha...
Sonha com seu amor...
Idealizando uma vida...
Plena e serena...
Em plena madrugada...
A poeta deixa...
Sua alma voar...
Sonha e chora...
Por aquele amor...
Que já distante se encontra...
A poeta faz de sua dor...
Poesias onde nos...
Faz companhia...
E ele chora e clama...
Pela dor do abandono...
A poeta também
Traz alegrias...
Onde nos faz companhia...
Nos dias de vendavais...

EM SILÊNCIO VOU PARTIR!!!

Hoje neste mês faz um ano...
Que aqui eu cheguei...
Onde fui recebida com muito carinho...
Por tantos poetas e poetisas...
Onde tbm muitos já partiram...
Hoje aqui mais uma vez me despeço...
Dos amigos e de meu cantinho...
Deixo meu carinho a todos...
E também minhas poesias...
Levo comigo um pouquinho...
De todos vocês amigos...
Livremente vou partindo...
Na estrada em desalinho...
Vou pelas faixas amarelas...
Seguindo as paralelas...
Levo comigo a saudade...
Dos amigos que aqui deixo...
Mas aguardem assim que der voltarei...
Com novas poesias...
Pra com vocês compartilhar...
Se a saudade apertar...
Voltarei pra lhes visitar...
Mas se por qualquer motivo...
Alguém lembrar de mim...
Estarei em algum lugar...
Pensando em vocês...
Se sentires a brisa do vento...
Por você passar...
Serei eu falando de minha saudade...
Se sentires um aroma de jasmim serei eu...
Nas asas de um querubim...
Mandando recado de meu carinho...
Por você amigo fiel...
Bjs e meu carinho a todos...
Vã - Amística

domingo, 28 de julho de 2013

Solidão

                                               Solidão


Sem solução
A saudade
Me basta.

Sem medo de errar,
Jogar velhas conversas
Ao vento
Sombra de tédio sobre o mar


Vazio como  mar  só  infinito
Tanto amor  para dar
Sem esperança na vida.


Senhor! por que me deixar
Percorrer em tantos desencontros
Sem poder me encontrar.


Mas a ternura do amor
Me chega,
Se eu escolhesse agora.

Daria adeus á solidão
Num tempo de outrora..............
                                       

Autoria. Delma Guimaraes

Doce Novembro

                                     Doce  Novembro



Me sentia linda
como estrela radiante
Numa noite insônia.

E eu tão só
E eu tão cansada
A nada reclamo


pudessem ser de vidro
Tão lindos versos


Que insisto guardar 
Num novembro tranquilo
Me encanto com luar.

Escrevo meus versos
Para quem eu não sei.
Pois não havia ninguém presente
Nem futuro sonhei.

Serás novembro
Apenas uma canção
Pois já não há mais tempo
De espera.
Somente uma doce ilusão.....


           Autoria . Delma Guimaraes




sábado, 27 de julho de 2013

Tu És em Mim Profunda Primavera

Tu És em Mim Profunda PrimaveraO sabor da tua boca e a cor da tua pele, 
pele, boca, fruta minha destes dias velozes, 
diz-me, sempre estiveram contigo 
por anos e viagens e por luas e sóis 
e terra e pranto e chuva e alegria, 
ou só agora, só agora 
brotam das tuas raízes 
como a água que à terra seca traz 
germinações de mim desconhecidas 
ou aos lábios do cântaro esquecido 
na água chega o sabor da terra? 

Não sei, não mo digas, tu não sabes. 
Ninguém sabe estas coisas. 
Mas, aproximando os meus sentidos todos 
da luz da tua pele, desapareces, 
fundes-te como o ácido 
aroma dum fruto 
e o calor dum caminho, 
o cheiro do milho debulhado, 
a madressilva da tarde pura, 
os nomes da terra poeirenta, 
o infinito perfume da pátria: 
magnólia e matagal, sangue e farinha, 
galope de cavalos, 
a lua poeirenta das aldeias, 
o pão recém-nascido: 
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca, 
volta ao meu coração, volta ao meu corpo, 
e volto a ser contigo a terra que tu és: 
tu és em mim profunda primavera: 
volto a saber em ti como germino. 

O Sucesso para um Grande Amor

O Sucesso para um Grande Amor
Estou contente porque a minha querida não tem ainda o adecto exclusivo e único que há-de sentir um dia por um homem, apesar de todas as suas teorias que há-de ver voar, voar para tão longe ainda!... E no entanto, elas são tão verdadeiras! Ainda assim, minha querida Júlia, uma das coisas melhores da nossa vida de tão prosaico século, é o amor, o grande e discutido amor, o nosso encanto e o nosso mistério; as nossas pétalas de rosa e a nossa coroa de espinhos. O amor único, doce e sentimental da nossa alma de portugueses, o amor de que fala Júlio Dantas, «uma ternura casta, uma ternura sã» de que «o peito que o sente é um sacrário estrelado», como diz Junqueiro; o amor que é a razão única da vida que se vive e da alma que se tem; a paixão delicada que dá beijos ao luar e alma a tudo, desde o olhar ao sorriso, — é ainda uma coisa nobre, bela e digna! Digna de si, do seu sentir, do seu grande coração, ao mesmo tempo violento e calmo. Esse amor que «em sendo triste, canta, e em sendo alegre, chora», esse amor há-de senti-lo um dia, e embora morto, perfumar-lhe-á a alma até à morte, num perfume de saudade que jamais o tempo levará! 
No entanto, o casamento é brutal, como a posse é sempre brutal, sempre! O melhor beijo, o beijo mais doce, aquele que se não esquece nunca, é aquele que nunca se deu, disse-o um dia um poeta, e eu creio. Só para as mulheres, as tais mulheres mais animais que espirituais, é que o casamento não é a desilusão de sempre, — mas então nós? Se ganhamos um grande amigo, o que nós sofremos muitas vezes! A revolta de tudo quanto há de delicado em nós, e que se ofende e se indigna com as afrontas que são afinal uma grande lei da Natureza! E não há homem, por superior que seja, que compreenda esta revolta e que a desculpe! Em tudo eu penso exatamente o mesmo que a minha querida Júlia; não há nada, tanto para os homens como para a mulher, que valha a liberdade tanto alma como de pensamento. É o casamento um grilhão de flores e risos? De acordo, mas é sempre um grilhão. Ria, pois, e cante com a sua bela alegria, ame doidamente alguém, mas nunca abdique nem uma só das suas graças, nem uma só das suas ideias que lhe fazem vincar a fronte às vezes com uma pequenina ruga de capricho e insolência, que fica tão bem às mulheres bonitas; não ajoelhe nunca, porque está nisso o nosso grande mal, o nosso profundíssimo erro; nós invertemos muitas vezes os papéis, e em proveito deles, e depois as consequências são muitas vezes as paixões que devastam uma vida inteira por criaturas que se dignam dar, por último, como humilde mortalha, um olhar de compaixão! O melhor de todos os homens não vale um fanatismo, creia-me, e embora a nossa alma, com essa ânsia de amor, de ternura que canta sempre em nós, se lhes dedique completamente, que eles o não sai­bam nunca, que não suspeitem sequer!... Abdicando um grau da nossa realeza, teremos de descer sempre, sempre, até ao fim. Não é verdade isto? 

Florbela Espanca, in "Correspondência (1916)"

Diz-me, Amor, como Te Sou Querida

Diz-me, Amor, como Te Sou QueridaDize-me, amor, como te sou querida, 
Conta-me a glória do teu sonho eleito, 
Aninha-me a sorrir junto ao teu peito, 
Arranca-me dos pântanos da vida. 

Embriagada numa estranha lida, 
Trago nas mãos o coração desfeito, 
Mostra-me a luz, ensina-me o preceito 
Que me salve e levante redimida! 

Nesta negra cisterna em que me afundo, 
Sem quimeras, sem crenças, sem turnura, 
Agonia sem fé dum moribundo, 

Grito o teu nome numa sede estranha, 
Como se fosse, amor, toda a frescura 
Das cristalinas águas da montanha! 

Amar não é Ser Egoísta

Amar não é Ser EgoístaTenho a certeza que tu és o meu maior amigo, o mais dedicado, o melhor de todos. Como eu o vi hoje bem! Como tu és leal e bom! Tão diferente de todos os outros homens que para te pagar o que no futuro hei-de dever-te, será pequena a minha vida inteira, mesmo que ela seja imensa. Os outros, amando as mulheres, são como os gatos que quando acariciam, é a eles que acariciam. Amar não é ser egoísta, é tantas, tantas vezes o sacrifício de nós próprios! A dedicação de todos os instantes, um interesse sem cálculo, uns cuidados que em pequeninas coisas se revelam e o pensamento constante de fazer a felicidade de quem se ama. 

Falo de Ti às Pedras das Estradas

Falo de Ti às Pedras das EstradasFalo de ti às pedras das estradas, 
E ao sol que e louro como o teu olhar, 
Falo ao rio, que desdobra a faiscar, 
Vestidos de princesas e de fadas; 

Falo às gaivotas de asas desdobradas, 
Lembrando lenços brancos a acenar, 
E aos mastros que apunhalam o luar 
Na solidão das noites consteladas; 

Digo os anseios, os sonhos, os desejos 
Donde a tua alma, tonta de vitória, 
Levanta ao céu a torre dos meus beijos! 

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço, 
Sobre os brocados fúlgidos da glória, 
São astros que me tombam do regaço! 

O Teu Olhar

O Teu OlharPassam no teu olhar nobres cortejos, 
Frotas, pendões ao vento sobranceiros, 
Lindos versos de antigos romanceiros, 
Céus do Oriente, em brasa, como beijos, 

Mares onde não cabem teus desejos; 
Passam no teu olhar mundos inteiros, 
Todo um povo de heróis e marinheiros, 
Lanças nuas em rútilos lampejos; 

Passam lendas e sonhos e milagres! 
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres, 
Em centelhas de crença e de certeza! 

E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim, 
Amor, julgo trazer dentro de mim 
Um pedaço da terra portuguesa! 

Os Meus Versos

Os Meus VersosRasga esses versos que eu te fiz, amor! 
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento, 
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento, 
Que a tempestade os leve aonde for! 

Rasga-os na mente, se os souberes de cor, 
Que volte ao nada o nada de um momento! 
Julguei-me grande pelo sentimento, 
E pelo orgulho ainda sou maior!... 

Tanto verso já disse o que eu sonhei! 
Tantos penaram já o que eu penei! 
Asas que passam, todo o mundo as sente... 

Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida! 
Como se um grande amor cá nesta vida 
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!... 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

Se é Doce

Se é DoceSe é doce no recente, ameno Estio 
Ver toucar-se a manhã de etéreas flores, 
E, lambendo as areias e os verdores, 
Mole e queixoso deslizar-se o rio; 

Se é doce no inocente desafio 
Ouvirem-se os voláteis amadores, 
Seus versos modulando e seus ardores 
Dentre os aromas de pomar sombrio; 

Se é doce mares, céus ver anilados 
Pela quadra gentil, de Amor querida, 
Que esperta os corações, floreia os prados, 

Mais doce é ver-te de meus ais vencida, 
Dar-me em teus brandos olhos desmaiados. 
Morte, morte de amor, melhor que a vida. 

Eu não quero dizer Nada

Já é quase meia noite (meu amor)
No relógio do edifício (onde estou)
No aterro do Flamengo 
Mas você é tão legal

Você diz tudo o que sabe (sem saber)
que você não sabe nada (podes crer)
eu queria dar um jeito
mas você é tão legal

Você é tão legal, legal, legal
Você é tão legal, legal
Você é tão legal

Eu saí do apartamento (quero mais)
eu fugi dos corredores (é demais)
eu preciso ir-me embora
mas você é tão legal

É prece ciso estar bem claro (se puder)
E eu não quero, não quero dizer nada (se houver)
eu queria estar por fora
mas você é tão legal

Você é tão legal, legal, legal
Você é tão legal
Você é tão legal, legal 

Pensamentos











Loucuras




Saudade dele só eu tenho,mas ele  me chama de louca,pois louca, como eu,vivem pouco, mas vivem como querem.Pouco me importa se houver o amanhã  me deram a vida e não a eternidade

sexta-feira, 26 de julho de 2013

EU TE AMO

EU TE AMO

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir


Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir


Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu


Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu


Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair


Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Chico Buarque

Tenho tanto sentimento)

Tenho tanto sentimento)

Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

DEVE CHAMAR TRISTEZA

DEVE CHAMAR TRISTEZA

Deve chamar-se tristeza 
Isto que não sei que seja 
Que me inquieta sem surpresa 
Saudade que não deseja. 
Sim, tristeza - mas aquela 
Que nasce de conhecer 
Que ao longe está uma estrela 
E ao perto está não a Ter. 

Seja o que for, é o que tenho. 
Tudo mais é tudo só. 
E eu deixo ir o pó que apanho 
De entre as mãos ricas de pó.

PRECE

PRECE 


Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo. 

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome. 

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai. 

[...] 

Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar. 

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te. 

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.

Liberdade

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Passado

Passado

"Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto, 
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão. 
A ave passa e esquece, e assim deve ser. 
O animal, onde já não está e por isso de nada serve, 
Mostra que já esteve, o que não serve para nada. 
A recordação é uma traição à natureza, 
Porque a natureza de ontem não é natureza. 
O que foi não é nada, e lembrar é não ver. 

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"


"Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto, 
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão. 
A ave passa e esquece, e assim deve ser. 
O animal, onde já não está e por isso de nada serve, 
Mostra que já esteve, o que não serve para nada. 
A recordação é uma traição à natureza, 
Porque a natureza de ontem não é natureza. 
O que foi não é nada, e lembrar é não ver. 

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"

Descubra

Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.

Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.

Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.

Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.

Olhe para o lado, alguém precisa de você.

Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.

Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.

Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se achá-lo, segure-o!

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar

Dever de Sonhar

Dever de Sonhar 

Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, 
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo, 
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. 
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas 
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho 
entre luzes brandas e músicas invisíveis.


Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milênio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela."

Enquanto

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.


"Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas; 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
de árvores alheias"

Eu Amo

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.


Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Não te preocupes com os que não te conhecem, mas esforça-te por seres digno de ser conhecido.

Na procura de conhecimentos, o primeiro passo é o silêncio, o segundo ouvir, o terceiro relembrar, o quarto praticar e o quinto ensinar aos 

outros.Conheço muito bem os homens para ignorar que muitas vezes o ofendido perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais.

Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los


.O atrativo do conhecimento seria pequeno se no caminho que a ele conduz não houvesse que vencer tanto pudor.


Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e terminou com ideias.










A Idade de Ser Feliz

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, 
somente uma época na vida de cada pessoa 
em que é possível sonhar e fazer planos 
e ter energia bastante para realizá-las 
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. 

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente 
e desfrutar tudo com toda intensidade 
sem medo, nem culpa de sentir prazer. 

Fase dourada em que a gente pode criar 
e recriar a vida, 
a nossa própria imagem e semelhança 
e vestir-se com todas as cores 
e experimentar todos os sabores 
e entregar-se a todos os amores 
sem preconceito nem pudor. 

Tempo de entusiasmo e coragem 
em que todo o desafio é mais um convite à luta 
que a gente enfrenta com toda disposição 
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, 
e quantas vezes for preciso. 

Essa idade tão fugaz na vida da gente 
chama-se PRESENTE 
e tem a duração do instante que passa.

NADA COMO O TEMPO

NADA COMO O TEMPO

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Verdade

A Verdade

Carlos Drummond de Andrade


A porta da verdade estava aberta, Mas só deixava passar Meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, Porque a meia pessoa que entrava Só trazia o perfil de meia verdade, E a sua segunda metade Voltava igualmente com meios perfis E os meios perfis não coincidiam verdade... Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta, Chegaram ao lugar luminoso Onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades Diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela E carecia optar. Cada um optou conforme Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Frases da Vida

Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração, fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se somos apaixonáveis, somos capazes de amar muitas e muitas vezes. Afinal de contas, nós somos o amor.


Se pensarmos pequeno, coisas pequenas teremos... Mas se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida. Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto rumo da felicidade.


Porque calando nem sempre quer dizer que concordamos com o que ouvimos ou lemos, mas estamos dando a outrem a chance de pensar, refletir, saber o que falou ou escreveu.


O problema não é inventar. É ser inventado hora após hora E nunca ficar pronta Nossa edição convincente.




Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.



A língua lambe as pétalas vermelhas da rosa pluri aberta  a língua lavra certo oculto botão, e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos. E lambe, lambilonga, lambilenta, a licorina gruta cabeluda, e, quanto mais lambente, mais ativa, atinge o céu do céu, entre gemidos, entre gritos, balidos e rugidos de leões na floresta, enfurecidos.