REENCONTRO

Duas taças brindavam
marcando o inicio de conversa.
De um lado o olhar sarcástico,
mais embaixo a pureza e a alegria da companhia
da pessoa que gostava de uma reação hidrofóbica
com histórias inexatas.
As taças quando esvaziavam
em pouco tempo eram enchidas,
e a cada gole, uma conversa mais quente.
Algo então parava no ar,
mas logo eram interrompidos pelos risos
e as provocações que traziam os prazeres e as intimidades.
A claridade da Lua Cheia revelava a miscigenação do mesmo sexo,
corpos eram indistinguíveis aos alheios.
Pela fresta de luz da Lua no quarto,
via-se uma expressão facial de satisfação
da entrega total aos prazeres com gratidão
às taças que deram pimenta aos caprichos
e fogo aos corpos miscigenados.
Dentro, o leão rugia e nada o silenciava
era a mistura do prazer, do desejo, do sexo,
da raça, dos risos e choro,
tornando o sentimento puro, quente e malicioso.
A gota do humor apaixonado segregou nos olhos de um
significando a ausência e o pesar pelo pecado cometido.
Pecado que lhe feriu por dentro mais uma vez,
não pela falta de demonstração do outro,
mas porque fora um pecado cometido contra a si próprio.