
janelas fechadas
e, eu caindo na desmemória
já pouco volta ao calor do meu olhar
as pessoas amadas são lembranças
de negro azuladas, como violinos nas trevas
tempo fantasma é assim que me ensombras e me levas...
em cada degrau da imaginação
vive uma ou outra recordação,
desdobro um sorriso
vivendo como papoila abrindo-me ao ar,
na estreiteza do medo
de num só golpe a morte me arrancar.
a face retida na prisão do tempo
tantos sonhos acabados de quebrar
viver sem si mesmo, quem pode festejar?
o tempo disparou a flecha, quebrou a força
da m'alma comovida,
sitiou-me a vida entre uma lágrima e outra
dos meus olhos esburacados
talhados, para serem a flor do teu olhar
devastados por poder ser ou já não ser
e na inquietude do sonho ousar despertar
espelho de mim que ao de leve me toca
para recolher o resto da flor que é nostalgia
não ouvirá um gemido da minha boca
que atormentada, vai ficando de palavras vazia.
natalia nuno
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