domingo, 23 de junho de 2013

Partiu o Dia


Partiu o dia, e tudo, nele, o que é doçura!

   Doces lábios e voz, mão e seio macio, 
Morno alento, enlevado, encantador cicio,
   Talhe perfeito, olhar de luz, langue cintura!
Da flor e seus botões as graças não diviso!
   A visão da beleza ao meu olhar perdida,
A forma da beleza de meus braços ida,
   Idas voz e calor, a alvura e o paraíso…
Tudo se esvaneceu ao fim do entardecer,
   Quando o fusco dia santo, ou antes noite santa
Do amor de olente cortinado a trama adianta
   Da escuridão, para ocultar todo o prazer:
Mas li o missal do Amor e dormirei portanto,
Que vê o Amor como jejuo e rezo tanto. 

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