domingo, 3 de agosto de 2014

LEGENDA DOS DIAS
O Homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas… e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada…
As horas morrem sobre as horas… Nada!
E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada…”
Ontem, hoje, amanhã, depois, e assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera…
E a Vida passa… efêmera e vazia:
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia…
Raul de Leoni
             

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