Sonetos dois
Ó Pai, depois dos dias ociosos,
Depois das noites a velar em vão,
Com este anseio no meu coração,
Mirando os atos por meu mal viçosos,
Praza-te, ó lume, que a outros mais formosos
Caminhos e a mais bela ocupação
Eu me volte, fugindo à dura ação
Do inimigo e aos seus meios cavilosos.
Dez anos mais um hoje faz, Senhor,
Que me vi submetido à tirania
Que sobre o mais sujeito é mais feroz.
Piedade tem do meu não digno ardor,
Conduz meu pensamento a melhor via,
Lembra-o de que estiveste numa cruz.
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